Quem venceu o debate nos EUA: Vance ou Walz?

Sara Silva

O  debate vice-presidencial em 1º de outubro de 2024, entre o governador de Minnesota, Tim Walz, e o senador J.D. Vance, foi um intercâmbio relativamente civil e focado em políticas, contrastando com os debates presidenciais mais acalorados ocorridos anteriormente na corrida. Ambos os candidatos procuraram principalmente destacar seus companheiros de chapa e as diferenças políticas.

Walz concentrou-se fortemente em atacar Donald Trump, tentando frequentemente distanciar Vance do ex-presidente, especialmente no tópico da democracia e da recusa de Trump em aceitar os resultados das eleições de 2020. Ele também defendeu seu histórico em saúde, apoiando o Affordable Care Act (Lei de Cuidados Acessíveis), embora reconhecesse áreas para melhorias. Sobre controle de armas, Walz, que é proprietário de armas, defendeu leis mais rígidas, utilizando suas experiências pessoais para justificar sua posição.

Vance, por outro lado, focou-se na política externa, criticando particularmente a vice-presidente Kamala Harris durante seu mandato. Ele se posicionou como mais equilibrado e preparado, especialmente ao abordar questões de segurança nacional e imigração. Vance teve um bom desempenho, frequentemente utilizando suas respostas para traçar distinções entre Harris e Trump, sugerindo que o atual governo havia tornado o mundo menos seguro.

O debate teve seus momentos de tensão, especialmente quando Walz foi pressionado sobre declarações incorretas anteriores em relação ao seu tempo na China, o que gerou algumas críticas sobre como ele lidou com a situação. No entanto, o debate foi amplamente visto como um intercâmbio padrão, com ambos os candidatos mantendo-se focados em suas mensagens e adotando um tom mais comedido ao longo da discussão.

As pesquisas e análises de especialistas favoreceram Vance, que foi percebido como tendo desempenhado melhor do que o esperado, enquanto Walz teve momentos de destaque, particularmente em relação aos direitos reprodutivos.

Sara Silva é editora e correspondente do Politikos nos Estados Unidos e comentarista política