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China incentiva trabalhadores a jogarem “Black Myth: Wukong” e indica nova política

Após o lançamento de “Black Myth: Wukong” surgiram notícias originadas na própria China que despertam curiosidade no Ocidente: além de um jogo chinês entrar para valer no mercado ‘adulto’ de games mundial (sim, “Genshin Impact”, da miHoyo ou Hoyoverse, também faz sucesso neste segmento), o novo play fez com que a indústria mudasse algumas práticas.

Uma delas: considerado o paraíso do trabalho escravo, circula nas redes a informação de que o segmento empresarial chinês tem dado recursos para os chineses comprarem “Black Myth” e, pasme, garantido horas de lazer diárias para que eles possam joga.

Segundo o “The Straits Times”, empresas como Sichuan Muziyang tem distribuído comunicados para que os colaboradores se dediquem aos jogos – em específico neste momento ao “Black Myth”.

A medida visa incentivar a China a se desenvolver na área. Pensando bem, a estratégia tem relevância, basta ver que o Brasil é um país fraquíssimo nesta indústria e não existe praticamente nenhum incentivo real para produzir e jogar.

A China tem pensado diferente e deseja avançar ainda mais nesta indústria.
Criado pela Game Science, “Black Myth” chega através de uma indústria chinesa sem tradição em jogos, mas muito interessada em mudar esta realidade.

Eles utilizaram a mesma ferramenta que qualquer pessoa que está lendo este texto pode usufruir para criar seu game: “Black Myth” foi desenvolvido na Unreal 4 e depois migrado para o Unreal 5 – motor de jogo grátis da Epic Games.

RPG inspirado no conto chinês  “Jornada ao Oeste” (西遊記), o jogo tem um personagem Sun Wukong [ “Rei Macaco”] como figura central na história original. E com um bastão mágico que ele enfrenta espíritos malignos e entidades lendárias chinesas.  São parlendas que se consagraram com o tempo. 

As questões políticas democráticas não devem ser suscitadas nem na obra, muito menos na distribuição – existe recomendação explícita para isso.  O sistema político chinês (ditadura)  não deve ser questionado nem no jogo, muito menos pela imprensa. Tenta-se lá, como noutras ditaduras, dialogar com as novas tecnologias (nem tão novas, os games nas residências surgiram em 1972), mas sem fazer deles um elemento subversivo. Será uma tarefa difícil, uma vez que games – assim como a arte – criam situações divergentes e de discordância. A ditadura chinesa – com sua espada medieval – está brincando com fogo. (W.C)  

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